Cultura

Caracterização de cultura:
Cultura é todo o conjunto de normas coletivas de comportamentos que se impõem às condutas individuais, sob pena de reprovação social que pode ir desde a simples admoestação até à prisão, dependendo da importância e significado da norma violada.
A cultura é a totalidade dos conhecimentos, das crenças e teorias, das artes, dos valores, leis e normas, costumes e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo Homem enquanto membro da sociedade. A cultura é uma totalidade onde se conjugam estes diversos elementos materiais e simbólicos.

A diversidade cultural:
A cultura varia no tempo e no espaço, varia com as épocas e momentos históricos, varia de lugar para lugar, pelo que nunca há uma única cultura, mas múltiplas culturas. Todas as comunidades humanas possuem cultura. As diferentes culturas reflectem as diferentes maneiras com as diversas comunidades organizaram e integraram, em formas de viver em conjunto, os acontecimentos da sua Historia, as suas necessidades de sobrevivência e as exigências do meio onde vivem. Vejamos que as necessidades de alimentação, de descanso, de organização social, comum às várias sociedades, encontram respostas particulares em cada cultura. A resposta ás varias necessidades e situações. Por isso, não existe apenas uma cultura, mas sim, várias culturas.

Definição de padrão de cultura e a sua importância no comportamento individual:
Padrão de cultura ou padrão cultural é o conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores comuns aos membros de uma determinada cultura.
Os padrões culturais têm um papel muito importante na vida social: são quadros de referência, são exemplos acessíveis às pessoas e influenciam atividades, relacionamentos e atitudes. Através do padrão cultural podemos descobrir o significado de um dado comportamento naquela cultura.
No entanto, o papel dos padrões de cultura nem sempre é notado. São tão normais, banais e constantes que nem tomamos consciência da sua existência. A nossa forma de cumprimentar, de falar, de agir e até de pensar está diretamente relacionada com o meio em que estamos inseridos e, consequentemente, com os padrões culturais a que obedecemos.
Assim, quando julgamos um dado comportamento, é necessário analisá-lo consoante a cultura em que está inserido, o seu contexto sociocultural, para que o possamos compreender e, então, avaliar.
Por outro lado, devemos notar que os padrões culturais estão em constante mudança devido ao contacto com outras culturas, à criação de novos conceitos, às descobertas do homem e à evolução de pensamento dos cidadãos.

O que é a aculturação?
A aculturação diz respeito ao conjunto de fenómenos resultantes do contacto contínuo entre grupos de indivíduos pertencentes a diferentes culturas, assim como às mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos que decorrem desse contacto.
A aculturação e um fenómeno que leva a mudanças de culturais, quer as culturas sejam maioritárias, quer sejam minoritárias. Tanto umas como outras têm permanentemente que reagir e adaptar-se aquilo que de novo as desafia.

Definição de socialização e a sua importância desse processo no comportamento:
Socialização é o processo através do qual aprendemos e interiorizamos os padrões de comportamento, normas, práticas e valores da comunidade onde estamos inseridos.
Este processo permite a integração individual numa dada cultura, mas também assegura a sua reprodução e transmissão futura.
Assim, socialização não se cinge à adaptação de um indivíduo à cultura, mas antes à sua participação ativa na produção, recriação e transmissão de padrões de cultura e socialização.
Todos os elementos que o indivíduo adquire e ajuda a criar no conjunto da comunidade vão ser postos em prática, refletindo-se no próprio comportamento, pensamento e atitude.

Destinção entre socialização primária e secundária:
Há dois tipos de socialização: a socialização primaria e a secundaria.
A socialização primária é responsável pelas aprendizagens mais básicas da vida em comum. Traduz-se na aprendizagem dos comportamentos considerados adequados e reconhecidos como formas de pensar, sentir, fazer e exprimir próprias de um determinado grupo social: as regras de relacionamento entre as pessoas, os hábitos de cuidado com o corpo, hábitos alimentares, as regras da linguagem, etc. Ocorre geralmente durante a infância e a adolescência.
A socialização secundária ocorre sempre que a pessoa tem de se adaptar e integrar em situações sócias específicas, novas para o indivíduo. Ao longo de toda a vida das pessoas, diferentes acontecimentos, e contextos, diferentes tipos de relações implicam intensificações no processo contínuo de socialização.

Os principais agentes de socialização:
Na sociedade contemporânea os meios de comunicação – jornais, televisão, rádio, cinema, etc., constituem importantes agentes de socialização. As relações pessoais e íntimas entre os seus membros, como a família, o grupo de pares, a vizinhança, os jardins-de-infância, a escola, também constituem agentes de socialização.

 

Relacionamento entre socialização e individuação:
Podemos definir individuação pelo processo de singularidade e autonomia que nos individualiza de todos os outros, o que nos torna únicos e irrepetíveis.
Contudo, a individuação não depende apenas das definições do património genético, mas também da nossa história social, isto é, das experiências pessoais vividas.
A individuação resulta do culminar entre a interacção da hereditariedade individual (conjunto de características herdadas por um individuo que o distingue de todos os membros que integram na sua espécie humana), com a socialização que ocorre em toda a vida (o meio, e o grupo social incute neste determinados valores, influencia-o a determinadas atitudes e comportamentos que de certa forma o tornam diferentes de todos os outros, no entanto cada individuo interpreta aquilo que aprende e interpreta esses valores de forma diferente, pois tudo o que nós interpretamos da realidade têm um significado para nós).